CHI- Terra: Corresponde ao treino básico e individual das tácticas específicas de cada área. Em Taijutsu consiste em resistir e responder ao ataque "in situ",
SUI- Água: Corresponde á prática, em pares, das técnicas de bloqueio e esquiva. Em Taijutsu consiste em defender retrocedendo a 45º e desviando simultâneamente o ataque.
KA- Fogo: Corresponde á prática, em pares, dos ataques e defesas ofensivas de cada área de estudo. Em Taijutsu corresponde á utilização do Sen-No-Sen (antecipar-se ao ataque do contrário) e tudo aquilo que significa atacar avançando, assim que se detectarem as suas intenções, sem dar oportunidade a que desenvolva o seu ataque.
FU- Vento: Corresponde ás técnicas de esquiva (Tai Sabaki).
KU- Vazio: Consiste em tomar consciência da arma, assimilando-a como se formasse parte do nosso corpo. No caso das técnicas de Taijutsu, sem armas, consiste em assimilar a eficácia real que podem ter as nossas armas naturais (mãos, pés, cotovelos, etc...).

Toda a estratégia de combate ninja baseia-se na assimilação da arma utilizada como se de uma prolongação do nosso corpo se tratasse, de forma a que não exista diferença alguma entre as técnicas e movimentos com e sem armas.
Realizar-se-ão com a mesma mentalidade todos os movimentos, posições, ataques, etc... O praticante de Ninjutsu deve, por isso, assimilar com facilidade o manejo de qualquer nova arma, baseando-se para isso, nas técnicas praticadas em Taijutsu, combate sem armas.

Qualquer que seja a situação de conflito em que se desenvolve um combate, deve estar caracterizada por uma série de observações que vão garantir o aproveitamento total dos recursos naturais disponíveis e, portanto, a maior eficácia das técnicas utilizadas.

1º Zanshin: Estado de alerta total: É necessário que todas as nossas faculdades estejam disponíveis. 
    Completa concentração nas acções que se desenvolvem nesse momento (Kime).
2º Kamae: Posições fluídas, estáveis e com o centro de gravidade tão baixo quanto possível mas que 
    permitam mover-se facilmente.
3º Nagare: Movimentos relaxados, rápidos e fluídos, reservando toda a força de impacto para o último
    segundo.
4º Tai Ken: Utilizar todo o corpo como uma arma, usando o seu peso em movimento para criar energia,
    pressionando o adversário para trás ou para baixo.
5º Aruki: Movimento dos pés rápido, com capacidade de resposta e adequado a cada situação.
6º Kokyu: Manter o ritmo respiratório apropriado para criar e renovar a energia. Expirar quando se aplica
    uma técnica e inspirar quando se retrocede ou se prepara um ataque.
7º Netsuke: Direccionar o olhar. Manter o adversário sempre debaixo de olho. Praticar a visão
    periférica.
8º Mushin: A mente vazia de toda a ideia pré-concebida. Isto dará uma maior capacidade de reacção e 
    facilitará a resposta intuitiva. Manter vivo o propósito da técnica que se utiliza. O objectivo é desfazer-se
    do adversário e NUNCA "completar" um movimento estudado no Dojo.

No Ninjutsu, o trabalho com armas deve focar-se numa continuação lógica das técnicas de Taijutsu, assimilando cada uma das variedades de armas (Tanto, Katana, Hambo, Kusari, etc...) como se se tratasse de uma prolongação do nosso braço.
Os pontos que se indicam a seguir são aplicáveis ás técnicas sem armas, ou o que seria mais apropriado denominar: utilização das armas naturais.

A) Familiarização: Tomada de consciência do significado e características da arma, sua versatilidade e
    manejo nos movimentos básicos. O objectivo é criar confiança com a arma.
B) Distância (Maai) e posicionamento do corpo (Doai): Não se refere simplesmente á distância entre 
    oponentes, mas sim ao conceito global de espaço que inclui tanto o ritmo, como a oportunidade e 
    tempo de aplicação das técnicas.
    Estudo dos deslocamentos versus eficácia contra os ataques do adversário.
    Posicionamento do nosso corpo perante a investida do adversário verificando a efectividade do
    "ataque defensivo" , golpear directamente em vez da defesa mais contra-ataque em dois tempos.
    Utilização das quatro atitudes fundamentais com os seus correspondentes movimentos, não dando
    tanta importância a movimentos estilizados e pré-concebidos.
C) Aplicação das técnicas em situações concretas de combate e comprovação da sua eficácia real 
    ensaiando sobre objectivos fixos adequados. No caso do sabre (Katana, Ninjato) e da faca (Tanto) são 
    aconselháveis os exercícios de Tameshigiri (corte de objectos: tapete prensado de palha, canas de 
    bambu ou similares).
    O objectivo não é outro de que verificar a contundência daqueles movimentos que se praticam 
    habitualmente no Dojo e que, por motivos de segurança, aplicam-se no adversário com um controlo
    total.
    As armas naturais (pés, mãos, cotovelos, etc...) com a diferença de outras Artes Marciais que usam
    o saco ou Makiwara, no Ninjutsu endurecem-se utilizando elementos presentes na Natureza, tais como
    árvores, rochas, areia, etc...
    Um ponto importante a ter em conta quando se treinam as técnicas no Dojo é trabalhá-las sempre em 
    movimento e nunca com os pés imobilizados, usando a respiração adequada a cada momento.
D) Ki Ken Tai Ichi Jo: Aproveitamento total da energia dinâmica gerada pelo corpo ao mover-se.
    Engloba algo mais de que o mero conceito físico. Literalmente pode traduzir-se como: Ki= força vital; 
    Ken= a arma; Tai= o corpo, movendo-se em uníssono contra o adversário. Este é o significado do 
    Tai Ken (o corpo como arma) que se utiliza no Ninjutsu, com o intuito de neutralizar em absoluto o
    adversário.

1ªFase CHI (Terra)
   Está definida por uma avaliação da nossa própria capacidade física. Com especial atenção ao modo
   como responde o nosso corpo e em que grau é capaz de desenvolver o seu
   poder. Nesta etapa trabalham-se as bases do Ninjutsu em técnicas com e sem armas. Pratica-se 
   principalmente o Kihon Kata (fundamentos básicos) de cada Jutsu (grupo de técnicas) sem uma 
   preocupação excessiva sobre os resultados em combate.
   Esta fase Terra manifesta-se também por uma tendência do principiante a responder "in situ", ou com
   movimentos muito reduzidos aos ataques do adversário.
2ªFase SUI (Água)
   Está definida por uma atenção especial sobre a capacidade de resposta perante o ataque de um 
   adversário. Já que se está preparado para realizar com confiança e eficácia as técnicas básicas, é o
   momento de concentrar-se na aplicação das mesmas, como resposta as acções do nosso atacante.
   A fase Água nesta etapa manifesta-se por uma marcada preferência do praticante em realizar as 
   técnicas com movimentos defensivos, completando-as com algum contra-ataque efectuado em segundo
   tempo. 
3ªFase KA (Fogo)
   Observa-se agora uma avaliação sobre a habilidade para controlar e dirigir a total energia do
   combate. Toda a atenção concentra-se em actuar sobre o atacante de maneira a que as suas acções 
   se convertam em nosso benefício. Os conceitos de agressor e defensor tendem a esfumar-se nesta
   etapa.
   A confrontação torna-se mais fluída e eficaz.
   A atitude Fogo manifesta-se nesta fase de aprendizagem por uma tendência do praticante em tomar a
   iniciativa, adiantando-se ao ataque do agressor.
4ªFase FU (Vento)
   Está definida por uma certa facilidade em manter-se seguro e com domínio da situação em pleno 
   centro de energia do combate. É aqui onde tomam forma os princípios do Kyo Jutsu Tenkan Ho (Os 
   métodos para alterar a percepção entre o verdadeiro e o falso).
   A atitude Vento manifesta-se por uma habilidade do praticante em inverter a eficácia dos ataques do
   adversário mantendo-se fora do alcance dos mesmos.
5ªFase KU (Vazio) 
   Só através de uma longa e contínua aprendizagem das quatro primeiras etapas se consegue
   alcançar este nível, reservado somente áqueles que desenvolveram em paralelo corpo, mente e espírito.
   Não se trata de uma etapa como tal, já que se encontra presente no conjunto das quatro primeiras.
   Não existe nenhuma "linha directa" para alcançar este estado, mas sim um desenvolvimento natural
   de todos os pontos anteriores, unido a um trabalho profundo em exercícios de potenciação
   do KI, canalização, acumulação e expanção da energia interna, etc... 

São três os pilares sobre os quais se vão edificar o correcto e eficaz desenvolvimento da técnica:
1º) KOTSU (A essência):
     Trata-se de harmonizar a habilidade, alcançada ao "personalizar" os movimentos, com úteis e eficazes
     respostas perante diferentes possíveis ataques. Isso dará lugar a um refinamento do movimento intuitivo 
     e natural do corpo que progredirá com o tempo de prática. Tudo isso necessita de um conhecimento 
     individual prévio acerca das distintas atitudes, inerentes a cada pessoa, frente a uma situação de 
     conflito:
     TERRA: Estabilidade, solidez, confiança;
     ÁGUA: Adaptabilidade, defesa;
     FOGO: Agressividade instintiva, decisão;
     VENTO: Evasão, benevolência, inteligência;
     Sem esta busca interior e posterior valorização dos nossos sentimentos primários não existe 
     progresso no Ninjutsu.
2º) NAGARE (A fluidez):
     Chegamos neste ponto a um dos princípios fundamentais na técnica de Ninjutsu. Esta fluidez deve
     aplicar-se a:
     a) O encadeamento de uma técnica com outra.
     b) A própria dinâmica do corpo, que provoca o movimento.
     c) A física lógica que determina que técnica deve aplicar-se em cada momento.
     d) A progressão adequada numa série continuada de movimentos, que vão dar como 
         consequência, a situação de fora de perigo.
3º) RITSUDO (O ritmo):
     Trata-se concretamente do ritmo com que se desenrola o combate, definindo a actividade que 
     envolve os movimentos interrelacionados do corpo, de dois ou mais indivíduos em acção e que se
     manifesta em vários níveis:
     a) O defensor deve ligar-se ao movimento do atacante para ganhar o controlo sobre a direcção
         do combate.
     b) A flutuação emocional de ambas as partes segundo a segundo.
     c) A alternância de relaxação/contracção muscular que impulsiona os corpos dos lutadores.
     d) O efeito de reacção provocado no adversário, alterando a execução das nossas próprias técnicas.

A aprendizagem e assimilação das técnicas de Ninjutsu apresentam umas características próprias que diferem substancialmente dos métodos usados noutras Artes Marciais que possivelmente devido a sua modernização e adaptação á competição, perderam em parte a sua essência original como sistemas para o combate e sobrevivência individual.
O estudante de Ninjutsu começa por cobrir uma etapa inicial que o põe em contacto com as técnicas básicas e que ocupará um período de tempo o suficientemente longo para garantir uma perfeita assimilação.
Uma vez completada esta fase, entrará no que constitui a parte mais importante do seu progresso, cujo objectivo final é o de "personalizar" as técnicas estudadas na primeira etapa, aplicando-as com movimentos de acordo com a sua personalidade.
Não se trata, portanto, de adaptar simplesmente o corpo ao movimento depois de praticado de maneira rígida e repetitiva (treino tipo Kata), mas sim de assimilar a técnica e adaptá-la as particularidades físicas e personalidade de cada indivíduo (treino tipo Waza). 
A metodologia aconselhada será então uma combinação dos dois sistemas de treino citados. Dando-se inicialmente mais importância ao treino tipo Kata (que no Ninjutsu tem um significado distinto, mais próximo ao que se chama Kihon noutras Artes Marciais) e em níveis mais avançados o treino tipo Waza.
Tudo isso se traduz num maior esforço no início para posteriormente dar lugar a uma agradável sensação de fluidez e liberdade de movimentos a medida que o nível do estudante aumenta.

1- Cerimónia e saudação: Shinto.
2- História e tradição.
3- Shinobi Shozoku (Ninja Gi).
4- Go Dai: Atitudes básicas e a sua relação com as 5 manifestações naturais (Chi-Terra, Sui-Água, Ka-Fogo, Fu-Vento e Ku-Vazio).
5- Ninpo Taijutsu (Técnica do corpo)
   A) Taihenjutsu:
       a) Junan Taisho Kyuho: Acondicionamento do corpo, endurecimento das armas naturais.
       b) Kaiten: Enrolamentos. Kaiten no Kata.
       c) Ukemi: Quedas.
       d) Nagare: Enrolamentos evasivos.
       e) Tobi: Saltos.
       f) Kamae: Posturas. Kamae No Kata.
       g) Aruki: Formas de andar silenciosamente.
   B) Dakentaijutsu (Técnicas para golpear)
       a) Kyusho: Pontos vitais. Kyusho No Kata.
       b) Tai Sabaki: Esquivas.
       c) Dakentai: Bloqueios, golpes com braços, cotovelos, cabeça, pernas, joelhos, etc...
           .-Koppo jutsu (Golpear e partir ossos e articulações).
           .-Koshi jutsu (Golpear e pressionar músculos e nervos).
       d) Kumite: Combate.
       e) Sanchin No Kata.
    C) Ju Taijutsu
        a) Nage Waza: Lançamentos, projecções.
        b) Gyaku Waza: Luxações.
        c) Shime Waza: Estrangulamentos.
        d) Gatame Waza: Controlos.
        e) Kumite: Combate.
        f) Kihon Happo.
6- Técnicas com armas
    A) Tanto jutsu: Faca.
    B) Katana - Ninjato:
        a) Ninpo Kenjutsu: Esgrima e manejo da espada.
        b) Iai Ninpo: Técnicas para desembainhar rapidamente.
    C) Bo jutsu: Bastão.
    D) Shuriken jutsu: Lançamento de lâminas afiadas.
    E) Fukiya: Zarabatana.
    F) Kusarifundo: Correntes.
    G) Tessen jutsu: Leque metálico.
    H) Shukos e Ashikos: Garras metálicas.
    I) Yawara - Kubotan.
    J) Outras...
7- Heiho: Estratégia de combate.
8- Gotompo: Ocultação e escape na Natureza.
    a) Do Ton Jutsu: Terra.
    b) Sui Ton Jutsu: Água.
    c) Ka Ton Jutsu: Fogo.
    d) Moku Ton Jutsu: Madeira.
    e) Kin Ton Jutsu: Metal.
    Métodos de camuflagem, travessia de obstáculos (Parkour), Rappel, Sobrevivência, Submarinismo, Medicina de urgência (primeiros-socorros), 
    etc...
9- Meso: Meditação.
10- Ninpo Mikkyo: Filosofia Ninja.
11- Kuji Kiri / Kuji In: Desenvolvimento e canalização da energia interna.

     *Kunoichi: Treino específico para mulheres.
     *Ninjutsu=Ninpo=Shinobi=Nindo (Usa-se o mesmo ideograma japonês)